Um estudo da Ecglobal revela que 96% dos entrevistados concordam que as marcas deveriam se envolver ativamente no combate à Dengue, refletindo preocupação e medo como sentimentos prevalentes entre os membros da ecglobal.com.
No Brasil, a dengue continua a ser um dos principais desafios da saúde pública, representando uma ameaça significativa para a população em todas as regiões do país. Com uma incidência recorrente e sazonal, a dengue não só causa preocupação devido aos seus impactos diretos na saúde das pessoas, mas também impõe consideráveis custos socioeconômicos ao sistema de saúde e à economia como um todo.
A Ecglobal realizou uma pesquisa, com os membros de nossa rede, para compreender melhor a percepção dos usuários em relação à doença e à situação no Brasil. Este estudo quantitativo, utilizando um questionário estruturado online, foi conduzido entre os dias 29 de fevereiro e 12 de março de 2024 e contou com uma amostra de 1002 respostas dos membros da rede Ecglobal, sendo homens e mulheres, com a faixa etária predominante entre 21 e 64 anos, de todas as regiões do Brasil.
Sentimentos e Conscientização sobre a Dengue
Ao serem indagados sobre os sentimentos relacionados à Dengue, 76% dos respondentes expressaram preocupação, seguidos por 50% que manifestaram medo, 47% insegurança, 36% responsabilidade e 20% ansiedade.
A prevalência desses sentimentos negativos pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a gravidade dos sintomas associados à Dengue, sua disseminação generalizada em várias regiões do Brasil e sua imprevisibilidade sazonal. Há também uma percepção de que os métodos de prevenção podem não ser totalmente eficazes, bem como preocupações sobre o acesso ao tratamento adequado em caso de infecção.
No aspecto informativo, há uma oportunidade de educação sobre os sintomas da Dengue e formas de prevenção. Os entrevistados demonstraram uma necessidade maior de informações sobre a identificação dos sintomas, considerando que doenças como Chikungunya, Zika, Febre Amarela e mesmo a Covid-19 podem apresentar sintomas semelhantes, causando confusão, especialmente quando há casos semelhantes na comunidade. Isso reflete nos 82% da amostra que se consideram bem-informados sobre os sintomas da Dengue e nos 89% que afirmam saber como prevenir a doença, adotando as medidas necessárias.
Quanto aos meios de informação sobre a Dengue, 70% dos entrevistados obtêm esses dados pela televisão, seguidos por profissionais da saúde (55%) e redes sociais (52%). A preferência pela televisão destaca a amplitude e o alcance desse meio, principalmente através dos noticiários televisivos que fornecem atualizações regulares sobre surtos de Dengue, medidas de prevenção, tratamento e outras informações importantes para o público em geral.
A consulta aos profissionais de saúde, o segundo meio mais procurado segundo o estudo, é fundamental para garantir uma abordagem adequada à prevenção, diagnóstico e tratamento da Dengue. Eles são uma fonte confiável de informações e orientações personalizadas que podem ajudar a proteger a saúde individual e comunitária contra essa doença potencialmente grave.
Por fim, as redes sociais oferecem uma vantagem única de compartilhamento de experiências pessoais, conselhos práticos e informações úteis sobre a Dengue em tempo real, criando uma comunidade virtual de apoio e solidariedade. No entanto, é importante ressaltar que nem toda informação encontrada nas redes sociais é precisa ou confiável.
“Todos aqui tomaram a vacina contra a dengue na rede privada” – MULHER | 32 ANOS | RJ
Comportamento de prevenção
98% dos respondentes afirmaram adotar alguma medida de prevenção, sendo a eliminação de criadouros e o uso de repelente as mais citadas pelos entrevistados. 35% participam ativamente de campanhas de limpeza, o que destaca a importância do engajamento coletivo na luta contra a Dengue, enfatizando a necessidade de uma ação conjunta de todos os setores da sociedade.
É interessante notar que as áreas urbanas são percebidas como os locais de maior risco para a transmissão da Dengue. No entanto, a marcação da opção “evitar lugares com vegetação”, opção de 29% dos respondentes, pode indicar falta de conhecimento sobre o fato de que o risco de transmissão também existe em áreas com vegetação.
A verificação e eliminação dos criadouros de Dengue em casa regularmente são medidas essenciais na prevenção da doença e contribuem significativamente para a proteção da saúde pessoal e comunitária. 90% dos entrevistados declaram realizar verificações ao menos uma vez por semana, conforme as recomendações gerais. Em áreas com alta incidência de Dengue ou durante os meses mais quentes e chuvosos do ano, pode ser necessário fazê-lo com mais frequência. A vigilância contínua é fundamental para evitar a reprodução do mosquito e proteger contra a doença.
“Algumas semanas atrás estava com dengue foi horrível …hoje o cuidado está sendo redobrado … estou dando uma olhada se tem água parada no meu trabalho” – MULHER | 32 ANOS | MG
Contato com a Dengue e vacina
O estudo revela que 12% dos respondentes foram infectados pela Dengue nos últimos 12 meses, enquanto 37% conhecem alguém que contraiu a doença no mesmo período. Entre aqueles que foram infectados, 40% avaliaram o tratamento médico e o apoio da comunidade como “muito bom”, 29% como “bom” e 17% como “regular”.
Diante desse cenário de alta incidência da doença, o ano de 2024 trouxe um aliado importante no combate à Dengue: a vacina. O Ministério da Saúde iniciou a distribuição das vacinas contra Dengue para 315 municípios em fevereiro deste ano, priorizando a imunização de crianças de 10 a 14 anos, com planos de expandir para outras faixas etárias progressivamente.
Apesar da disponibilidade da vacina, as ações coletivas e os cuidados individuais continuam sendo a melhor forma de prevenção. Cerca de 75% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro de casa.
Quanto à conscientização sobre a vacina, 89% dos entrevistados estão cientes de sua existência, e aproximadamente 6 em cada 10 confiam totalmente em sua segurança e eficácia. Quando questionados sobre a intenção de vacinar os filhos, 89% manifestaram essa intenção, sendo que 40% planejam fazê-lo exclusivamente pelo SUS e 4% apenas pela rede particular. Em relação à auto vacinação, 90% dos respondentes afirmaram que pretendem se vacinar, com 46% optando pelo SUS e 3% pela rede particular.
“Estamos nos cuidando passando bastante repelente e cuidando da nossa casa, está bem complicado esta situação.” – HOMEM | 32 ANOS | MG
O papel do Governo e das marcas na discussão
Para promover a confiança e o engajamento do público, é fundamental que o governo adote uma abordagem transparente, eficaz e baseada em evidências no combate a essa doença. Neste aspecto, 37% dos respondentes acreditam que o Governo está fazendo o suficiente para controlar a proliferação da Dengue. As avaliações das ações governamentais variam, com 24% dos usuários considerando a efetividade das ações como “muito boa”, 28% como “boa” e 30% como “regular”, enquanto 8% as consideram “ruins” e 9% “péssimas”.
Existem várias hipóteses pelas quais algumas pessoas podem não confiar nas ações governamentais, incluindo falta de transparência em relação às estratégias de combate, histórico de ineficácia, influência política e partidarismo, desigualdade na distribuição de recursos, comunicação ineficaz, histórico de corrupção e má gestão.
O envolvimento das marcas em atividades de prevenção da Dengue pode ser uma estratégia poderosa para aumentar a conscientização e promover ações eficazes de combate a essa doença transmitida por mosquitos. Nesse sentido, 96% dos respondentes entendem que as marcas deveriam se envolver no combate contra a Dengue, com 78% opinando que todas as marcas deveriam se envolver e 18% preferindo marcas específicas, especialmente aquelas relacionadas à saúde e repelentes.
“Toda ajuda na divulgação e na prevenção é bem-vinda. Desde inserções de mídia educativa até ações concretas junto as comunidades, espaços públicos etc.” – HOMEM | 40 ANOS | SP
Além disso, 92% acreditam que as marcas deveriam trabalhar em parceria com o governo e organizações de saúde para combater a Dengue. Cerca de 71% já viram alguma marca promover campanhas de conscientização ou prevenção da Dengue, e 68% avaliam essas campanhas como “muito boas” ou “boas”, enquanto 89% acreditam que campanhas promovidas por marcas podem ter um impacto positivo na redução da propagação da Dengue.
“Financiar pesquisas cientificas contra a #dengue, das quais já tem algumas em andamento, mas seguem a passo lento por falta de financiamentos.” – HOMEM | 32 ANOS | RJ
Entre as ações citadas pelos respondentes que as marcas deveriam realizar estão campanhas informativas sobre a Dengue, investimento em prevenção e combate, desenvolvimento de produtos que combatam a Dengue, promoção e distribuição gratuita de produtos relacionados à Dengue, realização de doações e implementação de cuidados contra a Dengue.
Quando questionados sobre a primeira marca que vem à mente quando pensam no combate à Dengue, a marca SBP é a mais lembrada.
“O cuidado é contínuo, mesmo em tempos em que a doença não está em alta, então não deixo água parada em casa, garrafas guardo de cabeça para baixo, é algo que adoto sempre.” – MULHER | 31 ANOS | PE
Um olhar para o futuro
Apesar de nem todos confiarem nas ações governamentais, é promissor observar que mais da metade dos entrevistados acredita que a situação da Dengue no Brasil irá melhorar nos próximos meses, possivelmente devido ao declínio das condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito transmissor. Ao projetarem seus pensamentos para os próximos seis meses, os participantes demonstraram um certo otimismo, com 25% confiantes de que a situação melhorará significativamente, 37% acreditando em uma melhora gradual e 17% prevendo estabilidade. No entanto, para 14% dos entrevistados, há o receio de que a situação possa se deteriorar um pouco mais, enquanto 6% temem uma piora significativa.
Esses dados ressaltam a necessidade de uma abordagem colaborativa e aberta para enfrentar os desafios relacionados à saúde pública, especialmente no combate à Dengue. É essencial que as marcas, o governo e as instituições públicas se conectem com a população de forma significativa, ouvindo suas preocupações, identificando as falhas de comunicação, aprendizados e conhecimento preventivo na área da saúde.
Ao colocar as pessoas no centro das decisões, utilizando estratégias como uso de comunidades e pesquisa de mercado, é possível coletar dados e insights para se posicionar e enfrentar os desafios de saúde pública de maneira mais eficaz, alcançando melhores resultados para o bem-estar coletivo.
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