Pesquisa original mostra que brasileiros se mostram a favor da igualdade de gêneros e direitos da mulher, porém opiniões contrárias ainda aparecem de forma considerável.
Em entrevista realizada, através do aplicativo mobile OpinionsApp e do painel de consumidores eCPanel, a eCGlobal Solutions buscou entender a opinião dos usuários brasileiros a respeito dos direitos da mulher em contemplação ao Dia Internacional da Mulher.
A pesquisa revela que a maioria dos brasileiros acredita na igualdade de gênero em questões como responsabilidades no lar, número de parceiros e salários. Apesar desse resultado, a cultura machista e conservadora ainda transpareceu nas opiniões de um número considerável dos usuários que participaram do questionário.
Segundo a pesquisa, 63% dos participantes acreditam que as mulheres e os homens devem dividir as tarefas domésticas com igual responsabilidade enquanto que 35% acreditam que os homens podem apenas ajudar, deixando a responsabilidade maior com as mulheres. Uma pequena quantidade acha que a mulher é totalmente responsável pelas atividades domésticas. Homens da geração Y (idade entre 18-34 anos) são os que mais acreditam na divisão igual das tarefas, aproximadamente 71%.
Sobre o cuidado com os filhos os resultados foram: 76% acreditam que tanto o pai como a mãe tem igual responsabilidade em cuidar de seus filhos, 18% acham que os pais podem ajudar as mulheres e 6% acham que as mulheres são as maiores responsáveis pelos filhos.Apesar de que no passado muitas das mães ficavam em casa para cuidar dos seus filhos, os resultados da pesquisa mostraram que o número de homens e mulheres da geração chamada Baby Boomers (acima de 45 anos), que acreditam que os cuidados dos filhos devem ser de ambos os pais, foi 10% maior que os das gerações mais novas.
A respeito da questão salarial e do trabalho quase em sua totalidade dos participantes (94%) afirmaram acreditar que os homens e mulheres que desempenham uma mesma função devem receber salários iguais. Os homens da geração Y, apesar de serem os mais novos, foram os que mais acreditam que homens podem receber salários melhores porque trabalham mais.
A questão da capacidade de dirigir também não dividiu tanto as opiniões, 10% disseram que os homens têm mais capacidade de dirigir e 89% acham que homens e mulheres têm a mesma capacidade para dirigir e 1% que mulheres não deveriam ter o direito de dirigir. Notou-se também que 1/5 dos homens das gerações X (idade entre 35-44 anos) e Y acreditam que os homens têm mais capacidade de dirigir que as mulheres, resultado que ficou acima do total geral.
Sobre a obrigatoriedade dos serviços nas forças armadas, um pouco mais da metade (54%) acredita que o alistamento feminino não deve ser apenas através de concurso público e que elas deveriam ter permissão para o alistamento, 1/3 acreditam que a obrigatoriedade deveria ser igual aos dois e somente 12% que apenas os homens devem se alistar.
Dentre as entrevistadas que concordam que mulheres e homens devem receber os mesmos salários para as mesmas funções desempenhadas, mais da metade acredita que a mulher poderia ter permissão de se alistar e 26% acredita que o serviço de forças armadas deve ter obrigatoriedade igual para ambos, ou seja, menor que a média.
Sobre cuidados com métodos contraceptivos, 86% acreditam que a responsabilidade deve ser a mesma, tanto para o homem quanto para a mulher contra 12% que acham que a responsabilidade é maior para a mulher e 2% que acreditam que a responsabilidade é apenas dela. Entre os homens que concordam que a responsabilidade é de ambos, os da Geração Baby Boomers tiveram o maior resultado, seguido da geração X e depois a Geração Y.
A questão sobre o seu comportamento e número de parceiros foi a pergunta que revelou os resultados mais fragmentados e onde talvez existe o maior indício da cultura machista, 50% acham que a mulher pode ter quantos parceiros ela quiser em sua vida e isso não a diminui, 27% acham que a família ou o parceiro da mulher tem responsabilidade por orientar seu comportamento e 23% acham que a mulher deve se dar ao respeito e escolher o número mínimo de parceiros possível. Analisando novamente as gerações do gênero masculino o resultado mostra que a maioria dos homens da Geração X acredita que o número de parceiros de uma mulher não a diminui. Entre os mais jovens (Geração Y), o número dos que acreditam que a mulher deve se dar ao respeito foi maior do que entre os Baby Boomers.
Sobre a mulher que opta por vestir roupa curta, 82% dos usuários afirmam que a roupa que ela escolhe vestir é algo que diz respeito apenas à ela, pois a mulher tem direito de vestir-se como quiser. Enquanto isso, 4% acredita que ela está provocando homens a cometerem possível ato de estupro e 14% dizem que ela está provocando e querendo ser paquerada.
Dos homens que acreditam que o número de parceiros de uma mulher não a diminui, sua maioria também acreditam que a roupa que ela escolhe apenas diz respeito ao estilo de se vestir. Em contrapartida dos que acreditam que a mulher deve se dar ao respeito em relação ao número de parceiros, 62% concorda que a roupa da mulher não a diminui, 31% acredita que o uso de roupa curta é porque ela está provocando e uma pequena parte acreditam que a roupa provoca homem a cometer possível estupro.
O resultado mostrou que ao contrário do que muitos imaginam homens da geração mais velha (Baby Boomers) tem características menos machistas do que homens da Geração Y. Os homens da geração X mostraram-se menos machistas em muitos aspectos, talvez pelo falo de que as mulheres de sua geração ocupem cada vez mais cargos similares no mercado de trabalho e ter aumento na independência financeira. Opiniões machistas ainda existem no Brasil, sobretudo quando o assunto é sobre a vida sexual feminina, onde tivemos respostas de julgamento entre as próprias mulheres, até nas gerações mais novas (Geração Y).
Pesquisa realizada entre os dias 06 a 10 de Março de 2015 com 1001 usuários, utilizando a plataforma de pesquisa online eCInstant, através do OpinionsApp e painéis online eCGlobal.com.