Vamos encarar a realidade: num futuro muito próximo, a maioria das coisas que fazemos hoje serão automatizadas. As indústrias e pessoas de várias áreas estão começando ficar bastante preocupadas com o avanço da automação. E, de fato, deveríamos estar especialmente porque a automação, na forma de inteligência artificial, está invadindo diversas áreas de trabalho, até mesmo aquelas que são mais intelectuais do que manuais, que envolvem tomada de decisão.
No contexto de pesquisa de mercado, o crescimento da automação é focado na eficiência operacional, obtendo ganhos em velocidade e redução de custos, mas isso nos limita a pensar dentro dos parâmetros do que está sendo realizado hoje. Quando nós consideramos os problemas de qualidade dos dados e fraudes que a indústria encara devido à coletas baratas, minha principal preocupação é que essa má automação irá apenas dar escalabilidade ao problema. Este deve ser o nosso principal medo no que se refere à automação.
No entanto, se nós analisarmos os avanços da automação de uma diferente perspectiva: que novas conquistas os pesquisadores de mercado poderiam alcançar se eles tivessem uma melhor inteligência de máquina para ajudá-los? Como David Autor, economista do MIT, diz: há um imenso desafio de aplicar máquinas para qualquer tarefa que necessite de flexibilidade, julgamento ou senso comum. Além disso, ele afirma: “tarefas que não possam ser substituídas por computação são geralmente complementadas por ela”. Felizmente, computadores não são muito bons em diversas coisas, e aqui vão alguns exemplos nos quais os pesquisadores de mercado podem se sobressair em cima das máquinas:
Analistas:
Trazem forças para a mesa que não são puramente racionais, de cognição codificável, com um pensamento mais voltado para o panorama geral e um nível maior de abstração que os computadores podem oferecer. Deixe que as máquinas façam coisas que serão benéficas para você e aproveite a oportunidade de se envolver com preocupações maiores.
Cientistas de Dados:
Compreendem como os softwares fazem decisões rotineiras, então monitoram e modificam suas funções e entregas. Podem interferir se necessário em casos especiais ou experimentos, assim como evoluir os algoritmos.
Story Tellers:
São melhores em compreender o panorama geral que qualquer outro software. Podem usar sua intuição e criatividade para contar a história que está por trás dos dados.
Especialistas:
São especialistas em algo para o qual nenhum programa de computador foi desenvolvido ainda. Pessoas que podem se aprofundar em suas áreas particulares de expertise têm mais chances de vencer: um antropologista, por exemplo, possui mais profunda expertise em observar e interpretar o comportamento humano que qualquer computador; Um bom moderador será necessário para liderar uma conversação em grupo, mesmo que seja realizada através de uma plataforma de computador.
Inovadores:
Constroem a nova geração de aplicações ou máquinas inteligentes. Um inovador digital toma novas maneiras de usar os dados e otimizar o seu uso para tomadas de decisão chaves.
Então, minha conclusão é que há muito foco na automação de pesquisa de mercado atualmente sendo dedicada à coleta de dados e eu realmente temo este resultado, a menos que pesquisadores de mercado resolvam primeiro seus problemas com os painéis e a pobreza da qualidade da coleta de dados antes de envolverem processos de automação. Por outro lado, podemos ver possibilidades crescentes de reformularmos a ameaça da automação em uma oportunidade de expansão da Indústria de Pesquisa de Mercado em novas vias de dados, inovação em inteligência artificial, analytics e relatórios. Máquinas inteligentes podem ser nossas parceiras e colaboradoras em solucionar problemas de formas criativas. Vamos tirar vantagem disso!