Pesquisa mostra que 53% dos entrevistados afirmaram conhecer alguém que já realizou um aborto clandestino. Quarenta e um por cento (41%) são a favor da descriminalização do aborto, apontando como principais motivos a redução de mortes de mulheres devido à prática.

A eCGlobal realizou uma pesquisa quantitativa estruturada com 800 brasileiros e mais 1300 internautas de outros países da América Latina, membros do seu Painel Online de Consumidores, eCGlobal Panel, entre as datas 06 a 20 de julho de 2018, para entender opiniões sobre o tema da descriminalização do aborto.

A descriminalização do aborto é um tema delicado no Brasil e em muitos países da América Latina, gerando sempre muita polêmica e polarização de opiniões em torno do assunto. Recentemente, o tema voltou a ganhar força com o debate no Congresso Argentino e a recente realização das audiências públicas convocadas pelo STF (Superior Tribunal Federal), para debater a ADPF 442, que pede que o aborto feito até as 12 primeiras semanas de gestação não seja considerado crime.

 

 

Cinquenta e três por cento (53%) conhecem alguém que já realizou um aborto clandestino

Cinquenta e três por cento (53%) dos brasileiros entrevistados afirmaram conhecer alguém que já realizou um aborto clandestino. Ou seja: ainda que ilegal, o aborto é reconhecido como uma prática amplamente realizada no Brasil.

 

A discussão sobre o aborto nas redes sociais

Trinta por cento (30%) admitem ter publicado ou compartilhado recentemente alguma publicação sobre o tema da descriminalização do aborto. Oitenta e dois por cento (82%) possuem amigos(as) que publicaram sobre o tema da descriminalização do aborto recentemente.

 

Você é a favor ou contra a legalização do aborto no Brasil?

Quarenta e um por cento (41%) dos entrevistados são a favor da legalização do aborto no Brasil. Destes, 54% são mulheres e 46% são homens. Cinquenta e nove por cento (59%) dos entrevistados se disseram contra a descriminalização.

 

Principais argumentos entre os que são a favor da descriminalização do aborto

• 48% – Eliminar abortos clandestinos e reduzir as mortes de mulheres devido à complicações derivadas de abortos clandestinos perigosos;
• 34% –  O direito da mulher grávida de decidir sobre o que acontece com seu próprio corpo;
• 34% – A ideia de que o aborto já existe e continuará a existir, e o que é procurado, deve ser regulamentado e seguro para evitar mais mortes de mulheres devido a abortos clandestinos;
• 30% – A ideia de que a maternidade deve ser desejada e não forçada;
• 19% – A ideia de que mulheres ricas já podem abortar em centros privados clandestinos com pouco risco, mas os mais pobres correm risco de morrer ao fazê-lo em condições muito precárias;
• 15% – A ideia de que o feto ou embrião ainda não é equivalente a um bebê e não deve ser considerado como tal.

 

 

O procedimento deve ser particular ou coberto pela saúde pública?

Entre os que apoiam a descriminalização do aborto, 89% acreditam que o procedimento deve ser realizado de forma gratuita, coberto pela saúde pública.

 

 

Principais argumentos entre os que são contra a descriminalização do aborto

• 64% –  O feto é equivalente a um bebê, e sua vida deve ser cuidada como tal;
• 33% – Acreditam que se for legalizado, será utilizado como método contraceptivo e aumentará o número de abortos;
• 29% – Acreditam que as mulheres devem ser responsabilizadas pelas consequências de seus atos e assumir a gravidez, ainda que indesejada;
• 26% – Pensam que o aborto é igualmente perigoso, seja ele legal ou clandestino;
• 12%  – Acreditam que se não deseja o bebê, deveria dá-lo para adoção.

 

Os brasileiros ainda querem punir as mulheres que abortam com aprisionamento

Entre os entrevistados que são contra a descriminalização, 34% apoiam que a mulher que realiza aborto deve ser presa por vários anos, como acontece hoje. Os demais pensam que a condenação poderia ser:

• 35% – Prestar serviços comunitários
• 17% – Receber uma multa
• 14% – Prisão por alguns meses

 

 

Opinião: Comparando com outros países da América Latina

• Uruguai 72% a favor
• Chile 69% a favor
• Argentina 55% a favor
• México 52% a favor
• Colômbia 43% a favor
• Brasil 41% a favor
• Venezuela 37% a favor
• Peru 36% a favor

 

 

Os brasileiros mostraram não ter conhecimento sobre a legalização do aborto em outros países

Ao perguntar para as pessoas entrevistadas em quantos países elas acreditam que o aborto seja legalizado, responderam que:

• 22% acreditam que em nenhum lugar
• 66% acreditam que entre 1 a 10 países
• 6% acreditam que entre 15 a 25 países
• 6% Mais de 25 países.

A realidade é que o aborto voluntário, até o primeiro trimestre de gestação, é legalizado em mais de 65 países. Entre os países onde o aborto é legalizado, quase todos são da Europa, América do Norte e parte importante da Ásia. Os continentes em que o aborto é em sua maior parte ilegal, são América Latina e África.

 

 

Ficha técnica:

Pesquisa realizada com 800 brasileiros e 1300 internautas de outros países da América Latina, membros do Painel Online de Consumidores eCGlobal, maiores de 18 anos, durante os dias 6 a 20 de julho de 2018, através de pesquisa quantitativa estrutura usando a plataforma inteligente de pesquisa online eCGlobal Surveys.

 

Sobre o Painel Online eCGlobal

A eCGlobal possui um dos maiores e mais qualificados painéis online de consumidores da América Latina. Com mais de 1 milhão de membros, é possível alcançar perfis altamente segmentados e engajados para participar de pesquisas, grupos de estudo, comunidades online, chats online, entre outras atividades.

 

Sobre eCGlobal Surveys, Plataforma de Pesquisa

Crie pesquisas em apenas 5 passos com eCGlobal Surveys. Fácil de usar, a plataforma dispõe de mais de 10 tipos de perguntas, além de um dashboard de acompanhamento em tempo real dos resultados da pesquisa, com gráficos que permitem uma visão geral para tomadas de decisão rápidas. As pesquisas podem ser realizadas com membros do Painel eCGlobal, com total segmentação dentro do perfil.

 

*Créditos da Imagem: O Globo