A longevidade alcançou o povo brasileiro e estamos vivendo mais. Segundo dados da ONU, o mundo conta com 962 milhões de pessoas com mais de 60 anos e esse número só deve aumentar. Até o meio do século XXI, a população sênior deve ultrapassar a marca de 2,1 bilhões de pessoas. De acordo com projeções da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, em 2050 o número de idosos no Brasil passará de 68,1 milhões. A Geração prateada está mudando de hábitos e quer consumir. Será que o mercado está pronto para essa evolução?
O que pensa essa crescente parcela da população? Quais são suas perspectivas do futuro? Qual é o tipo de vínculo que mantém com suas famílias, cidade, tecnologia e dinheiro? Para compreender os hábitos de consumo desse público, é necessário desconstruir o estereótipo de uma pessoa que anda de bengala, reclusa e que vive controlando seus medicamentos.
Hoje, a expectativa de vida dos brasileiros é de 75,8 anos. Quem chega nesta idade quer viver e ter novas experiências, uma vez que já está com outras etapas da vida cumpridas – na maioria das vezes, casa própria, filhos criados e uma renda que vem da aposentadoria, negócios ou imóveis. Com maior expectativa de vida e fôlego financeiro, o público sênior desponta como uma grande oportunidade para as marcas que estão dispostas a investir neste nicho.
Há um paradoxo a ser analisado. Estamos focados na beleza da juventude e pouco preocupados com a riqueza que reside na sabedoria do tempo de vida. É necessário mudar o mindset e dar luz às pessoas que passaram dos 60, 70, 80, 90, 100, 110 anos. São elas que vão nos ensinar sobre os hábitos, desejos e o mercado emergente que está se formando para uma população cada vez mais longeva.
Cada vez mais, a imagem que temos sobre a chegada da velhice está defasada. Os idosos de hoje têm um estilo de vida e hábitos de consumo que eram, há três décadas, associadas aos jovens. Namoram online e têm vida sexual ativa, trabalham, são ativistas de causas modernas, continuam curtindo rock e buscando aprimoramento intelectual e profissional.
É preciso lembrar que este momento da vida apresenta limitações que exigem adaptações das estratégias e dos produtos para atender a este público. Com o tempo, perde-se a capacidade de atenção múltipla, por exemplo, e o ponto de atenção passa a ser onde estão os olhos. Ou seja, sites single page se tornam mais efetivos a conversão. As cores precisam ser bem pensadas pelos designers, uma vez que alguns tons não são bem reconhecidos por conta do avanço da retina. Será preciso encontrar referências para os seniores, pois eles não se reconhecem em uma pessoa de cabelos brancos em uma propaganda. É importante construir um elo com a marca.
A nova terceira idade está em busca de experiências agradáveis, seja no ambiente, seja no acesso. E, muito importante, no atendimento. Mas isso se deve ao fato de que a nova terceira idade quer se relacionar, se socializar. Então, lanchonetes, restaurantes, locais de lazer são uma boa opção para este público ampliar o círculo social e consumir.